Transformação digital

O ano passado acelerou a transformação digital em todos os setores. Conjuntamente com o reconhecimento universal de que funcionários resilientes são a verdadeira força vital de uma empresa, veio também a compreensão de que a força de trabalho é crucial para a recuperação dos negócios. Note-se que o desemprego que se regista hoje em Portugal não é uniforme, sendo que a maioria das empresas compete para conseguir preencher posições que exigem qualificação e talento elevados – seja na área de IT, automação, IA, Marketing e vendas.

Este dado pode ser colocado ainda numa perspetiva de longo-prazo – se somarmos a falta de talento que já existe hoje ao declínio populacional do país, a única solução é a importação de mão-de-obra qualificada (estamos a falar de dezenas de milhar de pessoas por ano), a par de uma sistemática formação e reconversão da existente em Portugal. No fundo, as empresas são hoje empresas de conhecimento – quer sejam agrícolas, construam moldes ou façam estruturas metálicas – e a maioria das tarefas que acrescentam valor depende de conhecimento (codificado ou tácito). Esta tendência é crescente na região, com empresas de moldes, plásticos, agroindustriais, a procurarem recursos em IT e a alterarem os seus modelos de negócio. Na verdade, toda a estratégia empresarial deve reter a noção de que o que é repetitivo (intelectual ou físico) tende a ser automatizado e o que não é exige pessoas talentosas e criativas.

Repensar a Gestão

As organizações têm assim de repensar completamente como atraem, retêm e gerem talentos. O estudo “Talent Accelerator” combinou ideias de mais de 2.000 trabalhadores do conhecimento e 500 diretores de RH de grandes e pequenas empresas, denotando algumas ideias interessantes. Por um lado, parece que a maioria dos funcionários espera opções flexíveis. De acordo com o estudo, 88% dos trabalhadores do conhecimento afirmam que, ao procurar uma nova posição, pesquisarão uma que ofereça total flexibilidade de horário e local. Além disso, 83% preveem que, em resposta à escassez global de talentos qualificados, as empresas irão alavancar modelos de trabalho flexíveis para alcançar candidatos adequados, não importa onde morem. Para se posicionar e vencerem no futuro, as empresas precisarão encontrar os funcionários onde quer que eles estejam.

“88% dos trabalhadores do conhecimento afirmam que, ao procurar uma nova posição, pesquisarão uma que ofereça total flexibilidade de horário e local. Além disso, 83% preveem que, em resposta à escassez global de talentos qualificados, as empresas irão alavancar modelos de trabalho flexíveis para alcançar candidatos adequados, não importa onde morem”

Talent Accelerator

Ou seja, as empresas terão de ter modelos de gestão mais flexíveis, que comportem espaço para a vida pessoal, que permitam a contratação de trabalhadores em rede e que os valorizem. Mas até podemos enquadrar esta noção num quadro mais abrangente – as organizações do futuro têm de ser sustentáveis – economicamente (sempre foi o foco na região, com boas empresas exportadoras), mas também ambientalmente (reduzindo, reaproveitando, reciclando, pensando nos impactos de longo prazo) e socialmente (não só no que diz respeito à atração e gestão de pessoas, mas também no que diz respeito à sua ação sobre comunidade em redor). E este futuro é já amanhã..

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